sábado, 16 de março de 2013

Dicas: Livro & Filme!



Um drama familiar é sempre um drama, uma dor, um horror, um medo, tortura, lamentos. Um drama familiar sempre tem como base o amor, a falta dele, o exagero, ou até mesmo a irritabilidade de amar na medida. Não que o amor seja culpado de tudo. Nós somos. Nós não o entendemos, ou ainda pior, não nos permitimos senti-lo, acolhe-lho como um bebê em nosso colo, e sem questionamentos, aceita-lo.

Essas histórias são diferentes, de artes diferentes, cada qual com sua dor, leveza, alegria, amor e razão. Ambas valem cada minuto do seu tempo.

O livro "O tigre na sombra", conta a história de Dôda, narradora e protagonista, que tem uma perna menor que a outra, "defeito" de nascença. Cercada por assuntos recorrentes na literatura de Luft: família, drama, morte, preconceito, dor, traição, perdas e ganhos, Dôda terá sua trajetória marcada por cada um desses aspectos. Todos um dia ou outro criamos tigres, com olhos azuis ou não, no fundo de nosso quintal, a espreita, esperando pelo ataque, esperando pela presa certa. A fome esperando pela vida, a vida sem fome de esperança. Com o decorrer do romance, sua vida vai tomando novos rumos, e a pequena manca torna-se dona de sua história. Independência. Coisa aliás que sempre teve e nunca soube.
 “Tigre na sombra, O”, Lya Luft – Editora Record, 2012.



O filme "Meu País" é de uma delicadeza poética belíssima. Gosto do cinema nacional, gosto cada vez mais. Hoje, gosto mais um pouco. Com a morte de seu pai, Marcos precisa volta ao Brasil. Quando chega, além da dor da perda, é obrigado a enfrentar a quase falência da empresa da família, o irmão viciado em jogo e com dívidas, e a nova revelação: seu pai teve uma filha com uma amante, anos atrás, e esta, Manuela, estava internada em uma clinica psiquiátrica. Entrementes, Marcos precisa voltar à Itália, à sua vida, esposa, trabalho. Reencontros. Recomeço. O filme foge do caráter de patriotismo, apesar do título, que na verdade tem mais significado quando entendido como "raízes". Cercado de dor e dúvidas, um amor puro, novo, lindo e inexplicável pela "nova" irmã, paciência com o irmão irresponsável e imaturo, Marcos terá que colocar ordem na casa, limpar sinais de sangue e silêncio, invisíveis a olho nu.
“Meu País”, Imovision, 2011. Com Rodrigo Santoro, Cauã Reymond, Débora Falabella e Paulo José.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Toda Forma de Amor...


Apenas um beijo de despedida antes de sair para o trabalho. Todo dia o mesmo beijo, frio, sem sentimento, sem espera, sem retorno.
Ele a amava só que a distância. Ela; ela entendia que ele se dedicara ao amor, e por isso, o amava. Fora uma boa mulher, nunca tentara interpretar seu silêncio. O sol e as estrelas são os mesmos com o passar dos tempos, as pessoas mudam, transformam-se, e apaixonam-se, ou não. Ele era feliz, sempre na medida. Sempre no trabalho. Talvez ele tenha sofrido, mas esquecera. Decidiu esquecer. E assim caminhou por anos, entre a tênue linha que ligava o passado com o presente, já passado. E entre eles o silêncio, sempre o silêncio, sempre os minutos, as horas, os pensamentos. Deste silêncio enorme nasceu um terceiro elemento: a falta de sentimento. Deste terceiro elemento nasceu a tristeza. Da tristeza, a doença. Da doença, a morte. Da morte, a liberdade.
E agora? Viver ou morrer com ela? Com as lembranças? Com o passado?
Viver! E feito à escolha, partiu para ação. Viver é amar, e amar, amar de verdade, era o que ele esperava.
Então eles se encontraram, num dia frio e sem querer, acordaram para si. Ele queria que fosse mágico ou engraçado, mas foi apenas, real. De tão real foi romântico, de tão romântico foi verdadeiro. De tão verdadeiro... foi amor. Seu amado era 50 anos mais novo, e o via como um pai, e o amava como homem. Descobriram juntos sentimentos até então extintos, escondidos, não vividos. Um completava o outro, e vive versa. Mais que o próprio amor, a necessidade de amar os unia. E juntos, eram fortes. E juntos correram. Juntos se amaram, beberam, choraram. Juntos se curtiam, se divertiam, se alegravam. Juntos passearam, trocaram flores, beijos, carinhos. E juntos... juntos viveram!
O tempo foi cruel, não dando a eles, tempo. Sim, foram felizes neste período de libertação, e souberam aproveitar, mas queriam mais. Os amantes sempre querem mais. O amor é guloso, insaciável. Mas o tempo negou...
Sentia a vida chegando ao fim, escorrendo por entre os dedos fracos e enrugados. Mesmo assim, soube não desistir. Soube que toda forma de amor, é amor. E soube viver cada escolha ou renúncia, respeitando o tempo, o próximo, e principalmente a si mesmo. Viveu primeiramente pelos outros, pela mulher e pelo filho, mas quando decidiu viver para si, com seu novo amante, o fez com louvor. Dançou sem vergonha, aprendeu novas palavras, permitiu-se recomeçar, não cobrou juízo ou pudor, apenas viveu. Viveu feliz enquanto pode. Viver é uma arte, e ele foi um artista. Para viver não basta estar vivo, é necessário querer, é necessário coragem, e antes de tudo, é preciso amar!
 
Inspirado no filme: Toda Forma de Amor.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Soneto da não despedida...


Para Luana Rodrigues...

  Que a lua seja tua guia, companheira,
Já que não estaremos ao seu lado,
Já que ela é você em forma humana,
Já que você brilha como ela.

Que Deus te ilumine, e que lá,
Nem tão perto e nem tão longe,
Seus sonhos sejam realizados,
E que a força do querer prevaleça.

Eu te amo e lhe desejo sorte, felicidades,
Rezarei por ti em cada amanhecer
E ao cair da noite...

Ao cair da noite me lembrarei do teu sorriso,
Assim meu coração sorrirá,
E a cada pulsar, buscará pelo seu.